Um dos maiores diretores de todos os tempo, Francis Coppola, desembarcou no Brasil para fechar a 47ª Mostra de São Paulo e divulgar seu polêmico, amado e comentado “Megalópolis”. O filme teve sua estreia mundial no Festival de Cannes deste ano, concorrendo à Palma de Ouro, e é lançado exclusivamente nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (31), com distribuição pela O2 Play. O filme reinava nas matérias de todo mundo antes mesmo de ganhar seu primeiro trailer, já que foi idealizado e financiado pelo próprio diretor, que desembolsou quase US$ 120 milhões para tirá-lo do papel.
Estrelado por Adam Driver, a produção se passa em um mundo distópico e a cidade de Nova Roma é o cenário da grande contenda entre Cesar Catilina, artista idealista, e seu rival, Franklin Cicero, prefeito ganancioso. No meio deles está Julia Cicero, que deve escolher entre a lealdade ao pai e o amor por Cesar, enquanto se define sobre que futuro considera melhor para a humanidade.
Em um evento realizado em São Paulo, no teatro B32, o cineasta falou sobre os desafios de lançar um filme como “Megalópolis”. "Não dá para fazer arte sem risco, e colocar a ser bebê sem sexo, você precisa se jogar no desconhecido. Você precisa ter esse risco", afirmou. Fugindo do óbvio e dos produtos mais "blockbuster", Coppola não fugiu das perguntas sobre a possibilidade do filme não se pagar de imediato. Segundo o diretor, a produção tem potencial para perdurar ao longo do tempo.
"A verdade é que quando você assiste a um filme como Megalópolis, Cidadão Kane ou Guardiões da Galáxia, não tem nada ali na tela, a emoção está no público. Quando a ilusão não convence, a coisa toda não funciona", disse. "Uma das grandes questões com Megalópolis, é que todos sabiam quanto custou, que é verdade, e muitos falaram que seria impossível se pagar, o que é verdade também, mas assim como apocalipse Now, é um filme que eu acredito que vai render por anos" afirmou.
Segundo Coppola, a percepção da artes vai mudando ao longo do tempo e acredita que o mesmo aconteça com seu novo filme. "Eu faço meus filmes para meus amigos e e pessoas que amo. Tudo aquilo que é muito novo é julgado de forma muito dura. Arte não é coca cola, algo que se gosta o tempo todo, arte vai mudando".
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